A Saída para a Luz do Dia
- angelitaconzi
- 4 de out.
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Atualizado: 5 de out.
O conceito "A Saída para a Luz do Dia" (ou "Sair à Luz") é o nome original e verdadeiro do que hoje chamamos de Livro dos Mortos..

Conta Historia de um Faraó, cujo nome foi ocultado e removido da historias, pois este é conhecido como o faráo obscurus foi um farao que se desenvolveu tão bem na magia que o sarcedotes o nomeavam como filho de heka (magia)...
Faraó! Viu foi a própria face do Isfet, que tenta roubar a Ordem quando o coração está DORMINDO fraco de luto ou por quais quer inconveniencia da vida, as verdadeiras sombras aparecem. Mas o Senhor Faráo usou o Heka e a força de seu Ka para vencê-lo! O que está escrito nas paredes dos templos não é lenda; é a verdade da existência. O Faráo não sonhou; lutou verdadeiramente."
Faraó e a Batalha no Limiar
O Luto e a Inércia do Faraó
O Faraó das Duas Terras — Alto e Baixo Egito — havia cruzado os portais e entrado no limiar do sono. Seu corpo descansava entre os tecidos reais, mas sua alma ainda vagava entre mundos. Faraó não carregava apenas o peso de um império — ele trazia consigo a dor da transição, e com ela, a inércia.
A Viagem ao Limiar e o Cerco do Caos
Numa noite sem estrelas, Faraó caiu em um sono denso, sufocante.
Viu-se deitado em sua cama real, o toucado sagrado como chumbo sobre a testa. O aposento estava gelado, envolto por uma escuridão espessa. Dos cantos do cômodo, tentáculos sombrios, feitos de pura manifestação do Isfet (Caos), rastejaram até ele.
Enrolaram-se em seus braços e pernas, apertando com lentidão e firmeza. Não causavam dor, mas transmitiam uma pressão esmagadora — um aviso silencioso.
Das sombras, surgiu uma figura espectral e esguia. Não tinha rosto fixo. Era a personificação do desespero e da estagnação — uma entidade nascida do próprio medo e da dúvida do Faraó. Ao redor da cama, demônios grotescos de olhos flamejantes espreitavam como chacais, esperando a queda do soberano.
A Sombra então falou com voz cavernosa:
"Faraó...""Não adianta tentar se mover. Você não vai conseguir. Os tentáculos que te prendem foram forjados no preço do seu próprio medo.Cada esforço apenas os aperta mais.Aceite. Desista.A luta é inútil."
Faraó tentou se mover, mas seu corpo espiritual não respondia. O Ib (coração) afundava, e sua boca estava selada. Nem mesmo os Nomes Sagrados vinham à mente. A Sombra quase o convenceu de que era melhor ceder.
O Aparecimento da Centelha de Heka
Quando o silêncio parecia absoluto, uma presença luminosa surgiu — não fora dele, mas dentro.
Era o seu Akh (Espírito Glorificado), a versão de si mesmo em estado de perfeição. Um guerra de luz, envolto em silêncio, mas portador da Ordem. A conciencia se ergueu como um espelho do que ele poderia se tornar — ou sempre foi.
Ele se lembrou, então, das palavras do templo de Annu:
“O Ka é a força. O Heka é a chave.Mas a Vontade deve vir primeiro.”
E assim, com uma centelha de Vontade, rejeitou a mentira do Isfet:
"Não! Meu Ka não é fraco!""Eu sou Faraó! A Ma’at é a lei do meu ser!"
O Encantamento do Faraó (Heka) e o Despertar
A frase se transformou em Heka — a Palavra Viva.
De sua mente e espírito, o Faraó invocou o cântico de sua alma real, uma proclamação de poder que nenhum demônio podia suportar:
"Eu sou Rá renascido!Meu cetro não se curvará!Eu sou o portador de Ma'at!Meu Ka é o Nilo em cheia!Eu nunca mais vou perder!"
No mesmo instante, a energia do Heka explodiu em seu ser. A paralisia foi rompida. Seus braços se abriram, os músculos tensionaram, e ele reagiu com rugido real, uma "musica" especie de fúria real.
A Vitória e a Restauração da Ma’at
Ainda dentro do sonho, Neferkare chutou com força a base da cama real.
Foi um gesto físico e espiritual. Os tentáculos do Caos se desfizeram em fumaça. A Sombra recuou, silvando em derrota. Os demônios explodiram em chamas negras e desapareceram.
O quarto foi tomado pela luz da lua cheia, banhando tudo com brilho prateado e silencioso. A escuridão foi completamente varrida.
O Faraó despertou em posição de ataque, o corpo real suado, a cama tremendo, o ar denso com o peso de uma batalha vencida no Limiar.
📖 A Descoberta do Conhecimento Oculto
Ao acordar drasticamente do sonho violento, Faraó se levantou. O corpo ainda lembrava o esforço e a noite ainda estava na metade.
Chamou o Sumo Sacerdote de Rá. Relatou cada detalhe — a prisão, a sombra, os demônios, a centelha, o Heka.
O sacerdote caiu de joelhos, em reverência:
“Faraó! O Senhor enfrentou o Isfet e venceu com a força do Ka e a verdade da Ma’at! O que está inscrito nos papiros sagrados não é mito — é realidade! O Senhor não sonhou. O Senhor lutou .”
Epílogo: O Faraó Akh
Neferkare havia renascido — não como um homem, mas como um Akh eficaz, o espírito plenamente realizado.
Compreendeu que a luta contra o Caos é constante. Que o poder da Palavra e da Vontade é a única defesa. Que todo Faraó deve vencer a si mesmo no Limiar para verdadeiramente reinar — dentro e fora.
Ele tornou-se guardião não apenas das Duas Terras, mas da Ordem invisível, jurando manter a Ma’at viva em seu coração — e no coração do mundo.
📜 Comentário Final: O verdadeiro trono não é de ouro, mas de luz. O verdadeiro reinado não é no tempo, mas na Eternidade. E a verdadeira vitória... é lembrar-se de quem se é no escuro.
Comentario:
No Livro dos Mortos do Antigo Egito, o sono profundo era entendido como uma travessia pelo Limiar, o ponto em que a alma se afasta do corpo e entra no domínio invisível. Nesse estado, o espírito enfrentava o perigo do Caos primordial, personificado por Apófis, a serpente que tenta engolir o sol e interromper o ciclo da ordem cósmica (Maat).
Os encantamentos eram usados como armas espirituais: fórmulas mágicas que reativavam o poder de Rá, o Sol eterno, para que a alma despertasse da escuridão e retornasse à vida. Assim, dormir não era apenas repouso, mas também um ensaio ritual da morte e da ressurreição diária.
No contexto moderno, esse mesmo fenômeno é reconhecido como a paralisia do sono: quando a consciência desperta antes do corpo, experimentando uma sensação de imobilidade, presença opressora ou até visões de figuras sombrias. O que os egípcios interpretavam como o embate com Apófis pode ser entendido hoje como a mente atravessando estados limítrofes entre o sonho e a vigíliaLimiar lugar entre o mundo dos vivos e o reino espiritual.
A Batalha é Real: O Sonho e o Limiar entre Luz e Caos
No sonho, travou-se uma batalha entre a Luz e o Caos, no Limiar — a fronteira entre a consciência e o abismo. Foi ali que a Sombra (Apep/Caos) tentou roubar seu Ka (Força Vital), utilizando-se da paralisia como arma para enfraquecer sua essência.
A Força está na Palavra Consciente
A resistência surgiu através da Palavra "Consciente", que ativou o Heka — o Poder Mágico da Palavra. Ao invocar seu mantra de superação, você provou que sua Vontade Espiritual (sua música) é a única arma capaz de romper as amarras do Caos.
A Ordem Vence Instantaneamente
O físico — o gesto final — foi a manifestação concreta da Ma’at (Ordem) em sua realidade. Ele selou a vitória: o Caos não tem poder sobre você, e a força da sua alma retornou com vitória imediata.
O Ponto de Junção entre Ba e Ka
Este é o local sutil onde o Ba (a alma que percebe e viaja) se separa do corpo, mas permanece conectado ao Ka (Força Vital).
Durante o sono, o Ba está livre para viajar. O Limiar é a ponte que o mantém ligado ao Ka. No sonho, a Sombra (Caos) tentou cortar essa conexão — ou ao menos aprisionar o Ba — para impedir que ele retornasse de forma completa e restauradora.
O Ataque ao Ka
O objetivo de Apep era claro: enfraquecer seu Ka. Um Ka debilitado significa ausência de vontade, de força física e espiritual para lutar e retornar. Isso resultaria em paralisia e inércia na vida desperta — um corte sutil, mas profundo.
Conclusão: A Batalha pelo Limiar
O sonho foi mais do que uma experiência onírica. Foi uma batalha espiritual real, travada no Limiar, onde sua consciência, através da força da Palavra e da Vontade, venceu o Caos e reafirmou sua soberania sobre si mesmo.


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